O gênesis do Anarquismo. De 1849 para a eternidade. (Por Henry David Thoreau)
"[…] Porém, para falar de modo prático e como um cidadão, ao contrário daqueles que chamam a si mesmos de antigovernistas, eu clamo não já por governo nenhum, mas imediatamente por um govrerno melhor. Deixemos que cada homem faça saber que tipo de governo mereceria seu respeito e este já seria um passo na direção de obtê-lo "
"De que modo convém a um homem comportar-se em relação ao atual governo? Respondo que ele não poderá associar-se a tal governo sem desonra. Não posso, por um instante sequer, reconhecer como meu governo uma organização política que é também governo de escravos."
"Toda votação é um tipo de jogo (…) onde se brinca com o certo e o errado sobre questões morais; o comprimisso de votar, desta forma, nunca vai mais longe que as conveniências. Nem mesmo o ato de votar pelo que é certo implica fazer algo pelo que é certo - é apenas uma forma de expressar publicamente o meu anêmico desejo de que o certo venha a prevalecer - uma pessoa sábia não deixará o que é certo nas mãos incertas do acaso e nem esperará que a sua vitória se dê através da força da maioria. Há escassa virtude nas ações de massa dos homens."
"Existem leis injutas; devemos submeter-nos a elas e cumpri-las, ou devemos tentar emendá-las e obedecer elas até à sua reforma, ou devemos transgredi-las imediatamente? (…) Em uma sociedade como a nossa, as pessoas em geral pensam que devem esperar até que tenham convencido a maioria a alterar essas leis. (…) Mas é precisamente o governo o culpado pela circunstância. É o governo que faz tudo ficar pior. Por que o governo não é mais capaz e se antecipa para lutar pela reforma? Por que ele não sabe valorizar a sua sábia minoria? Por que ele não estimula a participação ativa dos cidadãos para que lhe mostrem as suas falhas e para conseguir um desempenho melhor do que eles lhe exigem? "
"O governo em si, que é apenas a maneira escolhida pelo povo para executar sua vontade, está igualmente sujeito ao abuso e à perversão antes que o povo possa agir por meio dele."
"[…] todos devem reconhecer o direito à revolução, ou seja, o direito de negar lealdade e de oferecer resistência ao governo sempre que se tornem grandes e insuportáveis em sua tirania e ineficiência." ainda sobre "[…] se a injustiça é parte do inevitável atrito no funcionamento da máquina governamental (…) se ela exigir que você seja o agente de uma injustiça para outros, digo, então, que se transgrida essa lei." (…) Faça de sua vida um contra-atrito que pare a máquina - o que preciso fazer é cuidar para que de modo algum eu participe das misérias que eu condeno"
"[…] o homem rico - e não pretendo aqui estabelecer uma relação invejosa - é sempre um ser vendido à instituição que o enriquece. Falando em termos absolutos, quanto mais dinheiro, menos virtude (isso não vale para o contrário). Pois o dinheiro interpõe-se entre um homem e os seus objetivos e permite que ele os compre - obter algo dessa forma não é grande virtude."
Sobre o exército Thoreau provoca:
"(…) Então, o que são eles? Homens ou pequenos fortes paióis a servico de algum homem inescrupuloso no poder?". Ainda sobre: "o exército é apenas um braço armado do governo. Estamos todos, desta forma, de conformidade com a ordem e o governo civil, reunidos para homenagear e dar apoio à nossa própria crueldade.". "A grande maioria dos homens serve aos Estados desse modo, não como homens propriamente, mas como máquinas, com seus corpos.".
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